Pra ser lembrado

12/02/2013

Não precisa ser de placa, mas se for…

Gol é sempre gol, mas alguns deixam-nos em suspenso tamanha beleza e encantamento. Acabam paralisando-nos igual aquela história de que o mundo para quando encontramos o verdadeiro amor. O gol de placa de Marcelinho Carioca foi um desses em que após aquela pausa, suspiramos, olhamos incrédulos para o lado com aquela interrogação “você viu o que eu vi” e só então partimos para a comemoração!

Tudo ocorre numa fração de segundos e depois a certeza de que queremos ver gol independente de como sejam, mas se forem de placa… Ah! Que alegria! Que maravilha!

A ideia hoje, como todo mundo já fez, é homenagear aquele gol inesquecível que ficou na memória e deixou aquele domingo 11 de fevereiro, nos idos de 1996, independente do que estávamos vivendo na época, muito mais bonito.

Um Gol de Pelé

Difícil descrever este Gol antológico, chegamos até a considerar não escrever nada, deixar apenas os dados relacionados a data e lugar e passar para frente, pois a cena do Gol certamente não se apagou da memória não só dos corintianos, mas de todos os admiradores do bom futebol, ou melhor, do excelente futebol. Como constatou o poeta
Drummond no milésimo Gol do Rei Pelé: “Difícil não é fazer mil gols como Pelé; difícil é fazer um gol como Pelé.” Neste dia, Marcelinho pegou emprestado o palco preferido do Rei, a Vila Belmiro, e, tendo o próprio Edson Arantes do Nascimento como espectador, deu o seu show particular. A jogada começa com ele, sempre presente em momentos históricos. Tupãzinho, o atacante, toca para Marcelinho na meia-lua. Antes de chegar ao camisa 7, a bola dá uma leve levantada para assim começar a magia. Marcelinho domina com o lado de fora do pé já aplicando um chapéu fantástico no zagueiro santista, após a bola fazer um lindo arco no ar, o Pé de Anjo carioca, sem a deixar cair, arremata forte de chapa no canto esquerdo do goleiro Edinho (filho de Pelé), que assistiu à coreografia completa deste espetáculo futebolístico sem esboçar reação. Das tribunas, acompanhando tudo isso, o torcedor mais ilustre do futebol brasileiro, o próprio Edson Arantes do Nascimento. Parafraseando o poeta: “Difícil não é fazer um Gol de Placa como Pelé; difícil é fazer um Gol e ganhar a Placa do próprio Pelé.” Autor do primeiro Gol de Placa da história em um jogo do Santos contra o Fluminense, no Maracanã, o Rei não se conteve e condecorou Marcelinho, seu súdito do futebol-arte, com as honrarias da corte, entregando ao Pé de Anjo uma placa dizendo: “Parabéns pelo Gol de Placa feito no jogo Santos 2 x 2 Corinthians na Vila Belmiro em cima do meu filho Edinho. Com admiração, Edson = Pelé.”

Foi muita emoção ver os próprios jogadores do Santos me cumprimentando, dentro de campo mesmo, falando “cara que coisa bonita”, “parabéns pelo Gol”. É muito difícil ver o adversário fazer isso e, depois, receber em um programa de televisão a placa do próprio “Negão”, do Rei Pelé, é algo inesquecível.”

– Marcelinho Carioca.

Texto retirado do livro:

“Centenário de Gols”
Autores: Denis Tassitano e Thiago De Rose
Editora: Maquinária
Páginas: 144
Quanto: R$ 32
Onde comprar: Pelo telefone 0800-140090 ou pelo site da Livraria da Folha

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Sobre o Autor

Pablo
Coordenador de Suporte, Governador da República Popular do Corinthians e Louco pelo Timão!




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